Santidade Salesiana

Laura Vicuña

Nascimento: 05/04/1891

Beatificado: 03/09/1988

Celebração litúrgica: 22/01

Pintura de Nino Musio

 

Laura Vicuña nasceu a 5 de abril de 1891, em Santiago, no Chile, e faleceu a 22 de janeiro de 1904 em Junín de los Andes, Argentina. Nesses 13 anos teve uma vida intensa, fez um profundo caminho de fé e conseguiu, com a graça de Deus, transformar a dor em amor¹.

No seu caminho de santidade, as mediações foram essenciais. O que Laura é hoje, é resultado da sua história, de um enredo feito de rostos concretos, com fios que unem tempos, espaços, pessoas e uma clara e amorosa intervenção de Deus.

Todos nós nos construímos em relação a um outro. A santidade em Laura foi construída em conexão com outras pessoas em circunstâncias especiais que, embora fossem adversas, lhe deram a oportunidade de crescer. Laura é o tipo de jovem para quem existe o carisma salesiano: uma menina pobre, abandonada e em perigo, amada pelo coração de Deus.

 

A FAMÍLIA

Laura é abandonada por seu pai e, embora a mãe nunca a tenha abandonado, não se sentia compreendida por ela. Assim, ela vive em si mesma: uma experiência de falta de cuidado, insegurança, necessidade de um afeto saudável que a ajude a crescer.

Ela está num momento muito importante da sua vida: a pré-adolescência, idade em que há necessidade de se confrontar com o mundo adulto e se constrói a própria identidade, mas tem uma mãe que não pode ver, que não a compreende, que convive com um homem que a maltratou e a domina à força. Uma presença também ameaçadora para Laura e sua irmã Amanda, mais nova que ela.

Naquela atmosfera amadurece como mulher, como crente, como apaixonada por Jesus. O vínculo que a mãe mantém com Manuel Mora, o homem que convive com ela, produz-lhe uma dor intensa, que gera muitas feridas. Não o compreende. Vê que a sua mãe é humilhada na sua dignidade física, psíquica e moral. Essa situação leva-a a invocar a Deus e coloca-a em tensão diante da vida: fala, desdramatiza a situação, fortalece o seu amor por Jesus.

 

UM NOVO HORIZONTE: A MISSÃO DE JUNÍN DE LOS ANDES

Na "Missão Junín²”, Laura encontra uma nova família com um modo de ser e fazer que lhe abre horizontes benéficos e marca positivamente a sua vida. Em contraste com a violência e opressão que vive em casa, Laura vê e experimenta um outro modo de vida, sem medo, sem ameaças, sem submissões forçadas. Sente-se acolhida e protegida, pode, então, dar o seu melhor. As educadoras salesianas descobrem a sua realidade e o seu potencial, acompanham-na na sua profunda busca.

Nas Irmãs e Salesianos, Laurita encontra educadoras e educadores com características decididas e ternas que geram um ecossistema em que se experimenta uma pedagogia especial, a pedagogia do ambiente que Dom Bosco e Madre Mazzarello sonharam e realizaram para todos os que entrassem numa casa salesiana. Eles não eram "salvadores", mas, através deles, Deus salvou, respondeu ao grito desta menina que começava a amá-lo com muito ardor quase à loucura.

Os salesianos e as irmãs eram mediações sólidas e claras. A comunidade das Filhas de Maria Auxiliadora: mulheres com uma presença educativa eficaz, incidiram profundamente na sua vida, porque despertaram a possibilidade de um novo modo de ser e de fazer. Eram alegres, tinham cerca de trinta anos. Estava também uma jovem postulante que fazia parte ativa da comunidade. Eram imigrantes, como ela, mesmo que tivessem escolhido deixar a sua pátria a milhares de quilómetros de distância, num território muito diferente da sua terra natal, longe de suas famílias, com dificuldades e privações, mas fiéis e contentes com o que Deus lhes oferecia para viverem.

Este testemunho é um livro de páginas vivas e dinâmicas que se tornam atraentes para Laura. Elas mesmas são um universo a descobrir, enquanto conquistam o respeito e a admiração das educandas. Para aprofundar o clima da comunidade, onde Laura está a viver, é útil o livro intitulado “Mulheres em contraluz”³. É um texto que apresenta as biografias das Filhas de Maria Auxiliadora, onde, entre outras, se narra a vida da diretora, Imã. Ángela Piai, a sua segunda mãe; a Irmã Rosa Azócar, professora e assistente, que, para Laura, é modelo de total dedicação, e a Ir. Ana María Rodríguez, professora e catequista, que a prepara para a primeira comunhão e a vê apaixonada por Jesus.

Os Irmãos Salesianos: o Padre Domenico Milanesio, missionário incansável que viaja pelos áridos territórios da Patagónia, evangelizando e promovendo a educação dos mais pobres e indefesos; Padre Augusto Crestanello - confessor de Laura - que conhece o seu mundo interior e caminha discretamente ao seu lado, encorajando-a a ser forte nas dificuldades, a discernir os passos da sua doação diária que a preparam para oferecer toda a sua vida ao Senhor no quotidiano, fazendo os votos religiosos em privado, oferecendo a própria vida para que a sua mãe fique livre dos maus- tratos de Mora.

O jovem salesiano Félix de Valois Ortiz, amigo espiritual de Laura, assistente no pátio, professor, músico e poeta, foi seu confidente e a ajudou a compreender e aceitar a sua realidade familiar e a sua experiência de Deus.

Só o amor salva, cura, conserta. O Senhor dá-nos diariamente imensas possibilidades de salvação e superação, de saída dos laços que aprisionam e matam. Laura escolheu Jesus, com Ele e, através da mediação das Irmãs e dos Salesianos, conheceu o Amor e decidiu entregar-se totalmente a Ele. Assim, a sua vida tornou-se fecunda.

O seu testemunho é um apelo a deixar-nos transformar pelo Senhor. A dedicação das pessoas que a acompanharam no caminho de amadurecimento desafia-nos a incarnar a beleza e a força do carisma salesiano no empenho pelo cuidado preferencial dos jovens mais necessitados, abandonados e em perigo.

 

1 Cf DUPONT Silvia – BILLORDO Susana, Laura Vicuña. Transformar a dor em amor, Buenos Aires, Edições Dom Bosco Argentina, 2018.

2 “A Missão de Junín” ou “A Missão,” como a chamava don Milanesio, o primeiro diretor da comunidade, era um centro missionário onde as FMA e os Salesianos missionários, juntos, em reciprocidade de colaboração, cuidavam e ajudavam as crianças/e adolescentes a crescer no verdadeiro espírito salesiano, bebido nas origens da Congregação Salesiana.

DUPONT Silvia FMA – BILLORDO Susana FMA

3 Cf SECCO Michelina, Donne in controluce sul cammino di Laura Vicuña, Roma, Istituto FMA 1990, pp. 41-54.

 

MAIS MATERIAIS 

 

Homilia de Beatificação de Laura Vicuña pelo Papa João Paulo II (3 de setembro de 1988)

 

Livro "A Mensagem de Laura Vicuña" para download gratuito

 

Gibi sobre a vida de Laura Vicuña para download gratuito

 

Biografia de Laura Vicuña em outras línguas

 

Fonte: https://www.cgfmanet.org/una-memoria-che-si-fa-storia/

Tito Zeman

Nascimento: 04/01/1915

Beatificado: 20/09/2017

Celebração litúrgica: 08/01

"Mesmo se eu perdesse minha vida, eu não consideraria isso um desperdício, sabendo que pelo menos um daqueles que eu ajudei se tornou um sacerdote no meu lugar"

 

A história de Tito Zeman é um excelente exemplo de fidelidade à causa de Dom Bosco, em particular através do zelo e do amor pela salvação e vocação dos jovens salesianos com a vinda e sob o regime comunista.

O Pe. Tito Zeman, salesiano eslovaco, nasceu em uma família cristã em 4 de janeiro de 1915, em Vajnory, perto de Bratislava. Ele queria ser padre a partir dos 10 anos de idade e completou os estudos do Ensino Médio e Secundário nas casas salesianas de Šaštín, Hronský Svätý Benedikt e Frištak u Holešova. Em 1931, fez o noviciado e, em 7 de março de 1938, fez a profissão perpétua no Sagrado Coração de Roma.

Estudante de teologia na Universidade Gregoriana de Roma, e depois em Chieri, usou seu tempo livre para fazer apostolado no oratório. Em Turim, em 23 de junho de 1940, alcançou o tão almejado objetivo da consagração sacerdotal, graças à imposição das mãos do Cardeal Maurilio Fossati. Em 4 de agosto de 1940, em Vajnory, sua cidade natal, ele celebrou sua primeira missa.

Quando o regime comunista tchecoslovaco proibiu ordens religiosas em abril de 1950 e começou a deportar homens e mulheres consagrados para campos de concentração, tornou-se necessário organizar viagens clandestinas a Turim para permitir que os religiosos completassem seus estudos. Dom Zeman se encarregou de realizar essa atividade arriscada.

O Servo de Deus organizou duas expedições para mais de 60 jovens salesianos. Na terceira expedição, Dom Zeman, juntamente com os fugitivos, foi preso. Ele sofreu um duro julgamento, durante o qual ele foi descrito como um traidor da pátria e um espião do Vaticano, e até arriscou a morte. Em 22 de fevereiro de 1952, em consideração a algumas circunstâncias atenuantes, ele foi sentenciado a 25 anos em cárcere.

Dom Zeman foi solto, em liberdade condicional, apenas após 12 anos de prisão, em 10 de março de 1964. A partir de então, irremediavelmente marcado pelo sofrimento da prisão, ele morreu cinco anos depois, em 8 de janeiro de 1969, cercado por uma gloriosa reputação de martírio e santidade.

Ele viveu sua provação com grande espírito de sacrifício e ofereceu: "Mesmo se eu perdesse minha vida, eu não consideraria isso um desperdício, sabendo que pelo menos um daqueles que eu ajudei se tornou um sacerdote no meu lugar".

 

ORAÇÃO PELA BEATIFICAÇÃO DE DOM TITO ZEMAN

Ó Deus Todo-Poderoso,
Você chamou Dom Tito Zeman para seguir o carisma de São João Bosco.
Sob a proteção de Maria Auxiliadora
ele se tornou padre e educador da juventude.
Ele viveu de acordo com seus mandamentos,
e, entre as pessoas, ele era conhecido e estimado
pelo caráter afável e disponibilidade para todos.
Quando os inimigos da Igreja suprimiram os direitos humanos e a liberdade de fé,
Dom Tito não perdeu a coragem e perseverou no caminho da verdade
Por sua fidelidade à vocação salesiana
e por seu generoso serviço à Igreja, ele foi preso e torturado.
Ele corajosamente resistiu aos torturadores e por isso ele foi humilhado e ridicularizado.
Tudo sofreu por amor e amor.
Nós vos pedimos, Pai todo-poderoso, glorifique seu servo fiel,
para que possamos adorá-lo nos altares da Igreja.
Nós pedimos isto através de Jesus Cristo, seu Filho,
e pela intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria Auxiliadora.
Amém.

 

Fonte: sdb.org

Maria Romero Meneses

Nascimento: 13/01/1902

Beatificado: 14/04/2002

Celebração litúrgica: 07/07

Maria Romero Meneses nasceu em Granada, Nicarágua, em 13 de janeiro de 1902, em uma família muito rica. O pai, ministro do governo republicano, fui generoso com muitos deserdados e Maria aprendeu desde cedo o que significa fazer caridade concreta mesmo nas dificuldades. Para ela, a família sonhava com grandes coisas: estudou música, piano e violino.

Aos doze anos, ingressou no colégio das Filhas de Maria Auxiliadora, onde se mostra disponível e alegre. Parecia-lhe que o carisma de Dom Bosco havia sido criado só para ela. No noviciado, ensinou música e trabalhou no oratório festivo, onde experimentou pela primeira vez a pobreza das meninas. Tendo pronunciado os votos perpétuos, foi enviada para San José da Costa Rica, que se tornou a sua segunda pátria.

Ela estava destinada a ensinar no internato de meninas ricas, mas procurava sobretudo "crianças pobres e abandonadas", como Dom Bosco. Treinou suas seguidoras para o trabalho no oratório, escolhendo-as entre suas melhores alunas e chamando-as de "las misioneritas". Iam às cabanas dos pobres, ajudavam na limpeza, traziam alimentos e roupas recolhidas pela Ir. Maria e faziam catequese. Começou então a fundar oratórios festivos para a juventude mais pobre, chegando a fundar 36 deles.

Maria Auxiliadora, a quem ela chamava de Rainha, envia-lhe muitas ofertas que sustentam suas obras. Graças ao trabalho voluntário de médicos especialistas, consegue dar vida a uma policlínica com várias especialidades para assegurar a assistência médico-farmacêutica e, na antecâmara, foram disponibilizadas salas para catequese e alfabetização, além de uma capela para rezar.

Para famílias desabrigadas, ela constrói casas "reais", as “Ciudadelas de María Auxiliadora”: um trabalho que ainda continua graças ao interesse de seus colaboradores através da associação de leigos de Asayne (Asociación Ayuda a los Necesitados).

Para difundir a devoção salesiana a Maria Auxiliadora, Ir. Maria Romero mandou construir uma igreja no centro de São José. Na realidade, ela realizou grandes obras com a sua fé e com a colaboração de pessoas poderosas, conquistadas para a causa, depois de ter experimentado os efeitos da devoção mariana. Como Dom Bosco e Madre Mazzarello, ela era uma contemplativa em ação. Sua união com Deus fez dela uma conselheira espiritual muito procurada. Vários volumes de seus "Escritos Espirituais" já foram impressos.

Ir. Maria Romero Menezes morreu de ataque cardíaco em 7 de julho de 1977. O governo da Costa Rica a declarou cidadã honorária da nação e seu corpo está em San José de Costa Rica, na grande obra que fundou como "Casa de la Virgen" e "Obra social".

O Papa João Paulo II a beatificou em 14 de abril de 2002.

Confira o site oficial da Ir. Maria Romero Meneses clicando aqui.

Acesse algumas imagens clicando aqui.

Fonte: sdb.org

Eusébia Palomino

Nascimento: 15/12/1899

Beatificado: 25/04/2004

Celebração litúrgica: 09/02

Eusébia Palomino Yenes nasceu em 15 de dezembro de 1899, em Cantalpino, pequeno povoado da província de Salamanca (Espanha), numa família muito rica de fé quanto escassa de meios. O pai Agostinho, homem de grande bondade e doçura, trabalha como operário sazonal a serviço dos proprietários de terras dos arredores, enquanto a mãe, Joana Yenes, cuida da casa com os quatro filhos. No inverno, o campo repousa, o trabalho vem a faltar e o pão escasseia. Então, papai Palomino vê-se obrigado a pedir ajuda à caridade de outros pobres dos pequenos povoados da região. Às vezes, ele se faz acompanhar pela pequena Eusébia, de apenas sete anos, incapaz de perceber o preço de certas humilhações; alegra-se com aquelas caminhadas por veredas agrestes e pula alegremente ao lado do pai que a faz admirar as belezas da criação, a luminosidade da paisagem de Castela, descobrindo argumentos catequéticos que a encantam. Depois, chegando a alguma propriedade rural, sorri às boas pessoas que a acolhem, e pede “um pão pelo amor de Deus”.

O primeiro encontro com Jesus na Eucaristia, aos oito anos de idade, dá à menina uma surpreendente percepção do significado de pertencer ao Senhor e oferecer-se totalmente como dom a Ele. Bem cedo, deixa a escola para ajudar a família e dá provas de maturidade precoce ao cuidar – sendo ela mesma uma criança – dos filhos de algumas famílias do lugar, enquanto os pais estão no trabalho; aos doze anos, vai para Salamanca com a irmã mais velha, pondo-se a serviço de uma família como “babá faz-de-tudo”. Nas tardes de domingo, frequentando o oratório festivo das Filhas de Maria Auxiliadora, conhece as irmãs, que decidem pedir a sua colaboração na comunidade. Eusébia aceita mais do que feliz e põe-se logo ao serviço: ajuda na cozinha, carrega a lenha, provê à limpeza da casa, estende a roupa no grande pátio, acompanha o grupo de estudantes à escola estatal e trata de outras incumbências na cidade.

O desejo secreto de Eusébia de consagrar-se inteiramente ao Senhor inflama e reforça, agora mais do que nunca, todas as suas orações, todas as suas atividades. Ela diz: “Se fizer os meus deveres com diligência, agradarei à Virgem Maria e um dia conseguirei ser sua filha no Instituto”. Não ousa pedi-lo, pela pobreza e falta de instrução; nem se acha digna de tal graça, uma vez que se trata de uma congregação tão grande, pensa. A superiora-visitadora, a quem confidenciou o assunto, acolhe-a com materna bondade e garante: “Não te preocupes com nada”. E, de bom grado, decide admiti-la em nome da Madre Geral.

Em 5 de agosto de 1922, inicia o noviciado em preparação à profissão. Horas de estudo e de oração alternadas com o trabalho cadenciam os dias de Eusébia, que vive no auge da alegria. Após dois anos, em 1924, emite os votos religiosos que a vinculam ao amor do seu Senhor. É enviada à casa de Valverde del Camino, pequena cidade que, nessa época, conta 9 mil habitantes, no extremo sudoeste da Espanha, na região de mineração da Andaluzia, na direção dos limites com Portugal. As jovens da escola e do oratório, no primeiro encontro, não escondem certa desilusão: a recém-chegada é um tanto insignificante, pequena e pálida, não é bonita, tem mãos grossas e, além disso, tem um nome horrível.

Na manhã seguinte, a pequena freira está no local de trabalho, trabalho multiforme que a ocupa na cozinha, na portaria, na rouparia, no cuidado da pequena horta e na assistência das meninas do oratório festivo. Alegra-se por “estar na casa do Senhor por todos os dias da vida”. Esta é a situação “real” da qual se sente honrado o seu espírito que habita as esferas mais elevadas do amor. As meninas logo se deixam prender pelas narrações de fatos missionários, da vida de santos, de episódios de devoção mariana, ou de fatos sobre Dom Bosco, que recorda graças à feliz memória e sabe tornar atraentes e incisivos com a força do seu sentimento convicto, da sua fé simples.

Tudo na Ir. Eusébia reflete o amor de Deus e o desejo intenso de fazer com que sejam amados; suas jornadas de trabalho são uma contínua transparência disso, confirmadas pelos temas prediletos de suas conversas: primeiramente, o amor de Jesus por todos os homens, salvos pela sua Paixão. As Santas Chagas de Jesus são o livro que Ir. Eusébia lê todos os dias. Tira delas pontos didáticos através de uma simples “coroinha”, que aconselha a todos, também com frequentes acenos. Em suas cartas, faz-se apóstola da devoção ao “Amor misericordioso”, segundo as revelações de Jesus à religiosa polonesa, hoje santa, Faustina Kowalska, divulgadas na Espanha pelo dominicano Pe. João Arintero.

O outro “polo” da piedade vivida e da catequese da Ir. Eusébia é constituído pela “Verdadeira Devoção Mariana”, ensinada pelo santo francês Luís Maria Grignon de Montfort. Esta será a alma e a arma do apostolado da Ir. Eusébia ao longo da sua breve existência. Destinatárias são as meninas, as jovens, as mães de família, os seminaristas e os sacerdotes. “Talvez não tenha havido um único pároco em toda a Espanha – fala-se disso nos Processos – que não tenha recebido uma carta da Ir. Eusébia a propósito da ‘escravidão mariana’”.

Quando, no início dos anos 30, a Espanha entra nas convulsões da revolução pelo furor dos sem-Deus decididos a destruir a religião, Ir. Eusébia não hesita em levar às extremas consequências o princípio da “disponibilidade”, literalmente pronta a despojar-se de tudo. Oferece-se ao Senhor como vítima pela salvação da Espanha, pela liberdade da religião. A vítima é aceita por Deus. Em agosto de 1932, um imprevisto mal-estar e os primeiros sintomas. Depois, a asma, que em momentos alternados a tinha perturbado, começa agora a atormentá-la até os níveis de tornar-se intolerável, agravada por vários mal-estares surgidos de modo insidioso.

Nesse tempo, visões de sangue angustiam Ir. Eusébia ainda mais do que os inexplicáveis males físicos. Em 4 de outubro de 1934, enquanto algumas coirmãs rezam com ela no quartinho do seu sacrifício, interrompe-as e torna-se pálida: “Rezem muito pela Catalunha”. É o momento inicial da sublevação operária nas Astúrias e catalã em Barcelona (4-15 de outubro de 1934) que serão chamadas de “antecipação reveladora”. Visão de sangue também sobre a sua querida diretora, Ir. Carmem Moreno Benitez, que será fuzilada com outra coirmã em 6 de setembro de 1936 e, em 2001, depois do reconhecimento do martírio, será declarada beata.

Nesse ínterim, agravam-se as doenças de Ir. Eusébia. O médico admite não saber definir a doença que, acrescentada à asma, faz com que seus membros se deformem, fazendo com que se pareça com uma bola de lã. Quem a visita sente a força moral e a luz de santidade que irradia daqueles pobres membros doloridos, deixando absolutamente intacta a lucidez do pensamento, a delicadeza dos sentimentos e a gentileza do trato. Às irmãs que a assistem, promete: “Voltarei para fazer os meus passeios”.

No coração da noite entre 9 e 10 de fevereiro de 1935, Ir. Eusébia parece adormecer serenamente. Ao longo do dia, seus frágeis despojos, adornados de muitíssimas flores, são visitados por toda a população de Valverde. De todos, a mesma expressão: “Morreu uma santa”.

 

GUIAS SEGURAS DE EUSÉBIA PALOMINO

Um aprofundamento sobre o acompanhamento das jovens “Santas, Beatas, Veneráveis e Servas de Deus no Instituto das FMA” sobre a Beata Eusébia Palomino

Em linha com o Sínodo sobre: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional (cf. Instrumento de Trabalho nºs 213-214), partilha-se no mês de fevereiro a quinta reflexão sobre o percurso de acompanhamento na juventude das Santas, Beatas, Veneráveis e Servas de Deus. 

A vida de Eusébia decorre num horizonte bem definido: a companhia constante de Jesus e Maria, faróis que iluminam todo o percurso da sua história, a partir das primeiras experiências na família.

Entre as pessoas que acompanharam o percurso formativo de Eusébia, os pais aparecem como “mediação” fundamental. Da sua viva voz, colhemos toda a incidência que eles tiveram até à sua juventude: «Dos meus primeiros anos eu só me recordo que, numa missão realizada na minha aldeia, íamos todos à igreja, ou seja, os meus pais e nós as três, e, como na altura ainda não havia luz elétrica na minha terra, o meu pai levava uma tocha numa mão e, com a outra, segurava-me perto dele. A minha mãe, com a minha irmã Antónia, que era muito pequena, levava-a nos braços e dava a mão à Dolores, e íamos para a igreja. No caminho de regresso, o pai esperava por nós à porta com a tocha e voltávamos para a nossa casa».

É muito expressiva a imagem da chama nas mãos do pai que acompanha a pequena família e, de noite, ilumina o caminho. Um símbolo de quanto o pai Agostinho era para sua filha: o guia, o sábio que a iluminou e apoiou o crescimento e gravou nela os valores indeléveis que construíram a sua personalidade de mulher com um coração grande, totalmente entregue a Deus e aos outros.

Numa bela foto de família, Eusébia descreve alguns momentos passados na companhia dos pais e irmãs: «Quando aprendi as primeiras letras do alfabeto e comecei a unir as sílabas, à noite, o meu pai, segurando o livro das sílabas nas suas mãos, ensinava-me e também às minhas irmãs. […]  No inverno, como anoitecia mais cedo, e minha mãe consertava a roupa, o nosso pai sentava-nos sobre os seus joelhos e ensinava-nos a rezar. Também nos ensinava a Sagrada Escritura, contava-nos a história de Moisés, os sonhos do Faraó […] e outros factos das Escrituras».

Ambos, pai e mãe, colaboram juntos na educação de suas filhas: «Tanto o meu pai como a minha mãe eram muito cuidadosos e atentos para que nós fôssemos boas e muitas vezes o inculcavam, dizendo: “mesmo que sejamos pobres, quero que sejam jovens honradas, portanto, nunca estendais a mão para alguma coisa que não seja vossa, e se encontrarem algo, entregai-o imediatamente ao dono e respeitai o que não é vosso; sede obedientes e respeitadoras com todos». Da sua mãe, ela salienta, sobretudo, que lhe «perguntava sempre com quem eu tinha estado ou quem tinha vindo comigo ao regressar da casa onde eu costumava fazer os serviços durante o dia, coisa que nunca lhe escondi. […] E, então, ela dava-me os conselhos que achava oportunos e eu procurava obedecer-lhe».

A confiança que ela depositava na sua mãe, Joana, tornou-se depois pela vida fora, na vida de Eusébia em total confiança em Maria, a Mãe de quem ela pôde afirmar: «Tudo aquilo que eu peço a Nossa Senhora, Ela concede-me”. Sentia em Maria a mãe que não pode abandonar os seus filhos, sobretudo aqueles que estão com problemas e se entregam a Ela com uma oração cheia de amor e de fé.

Eusébia, “acompanhada” de modo singular, será ela própria uma guia especializada que acompanhará muitos jovens, crianças e pessoas que a ela acorrem, atraídas pelo encanto de uma santidade simples e quotidiana.

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MAIS MATERIAIS

 

Confira Imagens de Ir. Eusébia Palomino clicando aqui.

 

Confira o livro “Eusébia Palomino”, escrito por Dilza Maria Moreira que conta, com mais profundidade, a história de vida desta irmã salesiana. Clique aqui.

 

Fonte: sdb.org.brcgfmanet.org

Luís Variara

Nascimento: 15/01/1875

Beatificado: 14/02/2002

Celebração litúrgica: 15/01

Luís Variara nasceu em Viarigi, na província de Asti, em 15 de janeiro de 1875, de uma família profundamente cristã. O Pe. Pietro ouvira Dom Bosco, em 1856, quando chegou à aldeia para pregar uma missão. Ele decidiu levar Luíz a Valdocco para continuar seus estudos. O santo morrerá quatro meses depois. Mas o conhecimento que o pequeno Luíz fez disso foi o suficiente para marcá-lo por toda a vida.

Quando ele terminou sua escola, pediu para se tornar um salesiano, entrou no noviciado em 17 de agosto de 1891. Variara estudou Filosofia em Valsalice, onde conheceu Don Andrea Beltrami, que o impressionou com a alegria com que enfrentou sua doença. Em 1894, Unia, o famoso missionário dos leprosos de Agua de Dios, estava em Valsalice para escolher um clérigo para cuidar dos jovens leprosos. Entre os 188 companheiros que tiveram a mesma aspiração, fixando o olhar em Variara, ele disse: "Isso é meu".

Luíz chegou a Agua de Dios em 6 de agosto de 1894. O lazareto contava com 2000 habitantes, dos quais 800 leprosos. Assim que chegou, ele se tornou a alma de todos os pacientes, particularmente crianças. Ele organizou uma banda musical, animando os doentes com uma atmosfera festiva inesperada. Em 1895 Don Unia morreu e Luíz ficou sozinho com Don Crippa.

Em 1898 foi ordenado sacerdote. Ele logo se tornou um excelente diretor espiritual. Em 1905, foi concluída a construção do "Asilo don Unia", um estágio capaz de abrigar até 150 órfãos e leprosos, garantindo-lhes a aprendizagem de um emprego e a inserção futura na sociedade. Em Agua de Dios, junto com as Irmãs da Providência, surgiu a Associação das Filhas de Maria, um grupo de 200 meninas das quais ele era o confessor. Ele identificou no grupo algumas chamadas à vida religiosa. O projeto ousado nasceu - uma coisa única na Igreja - de um Instituto que permitisse a aceitação de pacientes com hanseníase. Inspirado na espiritualidade de Don Beltrami, desenvolveu um carisma salesiano vitorioso e fundou a Congregação das "Filhas dos Santos Corações de Jesus e Maria", que hoje conta com 600 religiosos.

Para essa fundação, ele teve muito a sofrer com a incompreensão do povo e alguns superiores, que pensaram bem em removê-lo de Agua de Dios várias vezes. Como Dom Bosco, foi exemplar em obediência. Na frente da calúnia, ele não disse uma palavra. Ele era credível porque era obediente. Don Rua, de Turim, encorajou-o.

Ele morreu longe de seus entes queridos doentes, como a obediência queria. Agora ele descansa em Agua de Dios, na capela de suas filhas. Se tornou venerável em 2 de abril de 1993 e foi beatificado em 14 de abril de 2002 por João Paulo II.

Confira algumas imagens clicando aqui.

Fonte: sdb.org

Madalena Morano

Nascimento: 15/11/1847

Beatificado: 05/11/1994

Celebração litúrgica: 15/11

Nascida em Chieri (Turim), no dia 15 de novembro de 1847, Madalena Catarina Morano começou, desde muito jovem, um tirocínio pedagógico com as crianças do lugar (Buttigliera); a isso dedicaria toda a sua vida, especialmente depois de ter conseguido o diploma de professora. Rica de experiência didática e catequística, já com trinta anos, aconselhada por Dom Bosco, pôde realizar um desejo de consagração alimentado desde a sua primeira comunhão.

Em 1879 já era Filha de Maria Auxiliadora e pediu a Deus a graça de "não morrer antes de ter completado a sua medida da santidade".
Destinada à Sicília, em 1881, deu início ali a uma fecunda obra educativa entre as meninas e as jovens das camadas populares. Voltando continuamente "um olhar para a terra e dez para o céu", abriu escolas, oratórios, internatos e oficinas de trabalhos manuais em toda a ilha.
Nomeada Superiora provincial, assume também o empenho formativo das numerosas novas vocações, atraídas pelo seu zelo e pelo clima comunitário que se criava ao seu redor.
Seu multíplice apostolado era apreciado e encorajado pelos Bispos que entregaram à sua evangélica capacidade empreendedora a Obra dos Catecismos. Com a saúde minada por um tumor, no dia 26 de março de 1908, Ir. Morano encerrou em Catânia uma vida de plena coerência, vivida sempre no intento de "jamais impedir a ação da Graça com concessões ao egoísmo pessoal".
Na mesma cidade, João Paulo II a proclamou Bem-aventurada, no dia 05 de novembro de 1994. A celebração da memória cai no dia que recorda o seu nascimento terreno: 15 de novembro. Seus restos mortais são venerados na Capela das Filhas de Maria Auxiliadora, em Alì Terme (Messina).

Fonte: cgfma.net

Maria Troncatti

Nascimento: 16/02/1883

Beatificado: 24/11/2013

Celebração litúrgica: 25/08

Nascida em Corteno Golgi (Brescia), no dia 16 de fevereiro de 1883, em uma família numerosa, Maria Troncatti cresceu alegre e trabalhadeira, dividindo-se entre os trabalhos do campo e o cuidado dos irmãozinhos, no clima cálido de afeto dos pais exemplares. Assídua à catequese paroquial e aos Sacramentos, a adolescente amadurece um profundo senso cristão que a abre aos valores da vocação religiosa.

Por obediência ao pai e ao Pároco, espera atingir a maioridade antes de pedir a admissão no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e faz a Primeira Profissão em 1908, em Nizza Monferrato.
Durante a I Guerra Mundial (1915-1918), Ir. Maria acompanha, em Varazze, cursos de assistência sanitária e trabalha como enfermeira da cruz vermelha no hospital militar, uma experiência que lhe será muito mais preciosa no decorrer de sua longa atividade missionária na floresta amazônica do Oriente Equatoriano.
Partiu, de fato, para o Equador em 1922, foi mandada entre os indígenas Shuar onde, com outras duas irmãs, inicia um difícil trabalho de evangelização em meio a riscos de todos os gêneros, inclusive aqueles causados pelos animais da floresta e das ciladas dos turbulentos rios a serem atravessados a nado ou sobre frágeis "pontes" de cipós, ou ainda sobre os ombros dos índios.
Macas, Sevilla, Dom Bosco, Sucúa são alguns dos "milagres" florescentes, ainda hoje, da ação de Ir. Maria Troncatti que foi enfermeira, cirurgiã ortopedista, dentista e anestesista, mas, sobretudo, catequista e evangelizadora, rica de maravilhosos recursos de fé, de paciência e de amor fraterno.
Sua obra Shuar, para a promoção da mulher, floresce em centenas de novas famílias cristãs, formadas, pela primeira vez, sobre a livre escolha pessoal dos jovens esposos.
Ir. Maria morreu em um trágico acidente aéreo em Sucúa, no dia 25 de agosto de 1969. Seus restos mortais repousam em Macas, na Província de Morona (Equador).

A Serva de Deus, Ir. Maria Troncatti, foi declarada Venerável pelo Decreto de 8 de novembro de 2008 e elevada à glória dos bem-aventurados em Macas (Equador), no dia 24 de novembro de 2013, pelo representante do Papa, o cardeal Angelo Amato.

Fonte: cgfma.net

Miguel Rua

Nascimento: 09/06/1837

Beatificado: 29/10/1972

Celebração litúrgica: 29/10

Miguel Rua nasce em Turim no dia 9 de junho de 1837. Último de 9 filhos, perde o pai aos oito anos. Estudou com os Irmãos das Escolas Cristãs até à terceira série elementar. Deveria começar a trabalhar na Real Fábrica de Armas de Turim, onde o pai era operário, mas Dom Bosco – que aos domingos ia confessar na escola – propôs-lhe continuar os estudos com ele, garantindo-lhe que a Providência pensaria nas despesas.

Certo dia, Dom Bosco distribuía algumas medalhas aos seus meninos. Miguel era o último da fila e chegou atrasado, mas ouviu Dom Bosco dizer: "Toma, Miguelzinho!". O padre, porém, não lhe estava dando nada, mas acrescentou: "Nós dois faremos tudo meio a meio", e assim foi de fato.

Colaborador da Companhia da Imaculada com Domingos Sávio, foi aluno modelo, apóstolo entre os colegas. Dom Bosco lhe disse: "Preciso de ajuda. Farei com que recebas a veste dos clérigos; estás de acordo?". "De acordo!", respondeu.

Em 25 de março de 1855, nos aposentos de Dom Bosco, nas mãos do fundador, fez os votos de pobreza, castidade e obediência. Era o primeiro Salesiano. Começa a trabalhar intensamente: ensina matemática e religião; assiste no refeitório, no pátio, na capela; tarde da noite, copia numa bela caligrafia as cartas e as publicações de Dom Bosco, e, enfim, estuda para ser padre. Tinha apenas 17 anos!

É-lhe entregue também a direção do oratório festivo São Luís.

Em novembro de 1856, morre Mamãe Margarida. Miguel, então, vai encontrar-se com sua mãe: "Mamãe, a senhora quer vir com a gente?". A senhora Joana Maria vem, e também nisso a família Rua fez meio a meio com a família Bosco.

Em 1859, Rua acompanha Dom Bosco na audiência com o Papa Pio IX para a aprovação das Regras e, ao retorno, é-lhe confiada a direção do primeiro oratório em Valdocco. Foi ordenado sacerdote em 29 de julho de 1860.

Dom Bosco escreve-lhe um bilhete: "Verás melhor do que eu a Obra salesiana atravessar os limites da Itália e estabelecer-se no mundo".

O Padre Rua abre a primeira casa salesiana fora de Turim, em Mirabello.

Poucos anos depois, retorna a Valdocco, substituindo e assistindo Dom Bosco em tudo.

Em novembro de 1884, o Papa Leão XIII nomeia o Padre Rua vigário e sucessor de Dom Bosco, que morrerá em seus braços quatro anos depois.

O Padre Rua, considerado então a regra viva, torna-se paterno e amável como Dom Bosco. Enfrenta e supera inúmeras dificuldades no governo da Congregação. Consolida as missões e o espírito salesiano.

Morreu no dia 6 de abril de 1910, com 73 anos. Com ele, a Sociedade passou de 773 a 4000 Salesianos, de 57 a 345 Casas, de 6 a 34 Inspetorias em 33 países. Paulo VI beatificou-o em 1972, dizendo: "Ele fez da fonte um rio".

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Fonte: sdb.org

Pio IX

Nascimento: 13/05/1792

Beatificado: 03/09/2000

Celebração litúrgica: 07/02

João Maria Mastai Ferretti (Pio IX) foi o nono filho do Conde Girolamo e de Caterina Sollazzi. Nasceu em Senigallia no dia 13 de maio de 1792. Entre 1803 e 1808 foi aluno dos Escolápios no Colégio dos Nobres em Volterra. Desejoso de tornar-se sacerdote foi obrigado a interromper os estudos devido a improvisos ataques epiléticos.

Em 1815, em Loreto, obteve a graça da cura. Retomou os estudos teológicos e, em 1819, foi ordenado sacerdote. Em 1823 foi por dois anos missionário no Chile. Com apenas 35 anos foi nomeado arcebispo de Spoleto e, em 1832, de Ímola. Em 1840 foi criado cardeal e no dia 16 de junho de 1846, no quarto escrutínio, com 36 votos sobre 50 Cardeais presentes ao Conclave, foi eleito Sumo Pontífice com apenas 54 anos. Tão logo eleito Pontífice promoveu numerosas reformas no interior do Estado Pontifício (liberdade de imprensa, liberdade aos judeus, início das ferrovias, emissão do Estatuto), mas em 1848 teve início a sua "perseguição" quando negou apoio à guerra contra a Áustria. São João Bosco teve com Pio IX a sua primeira audiência em 9 de março de 1858. Ambos tiveram a percepção de encontrar um santo.

Pio IX apoiou e encaminhou Dom Bosco na fundação da Congregação Salesiana. Sugeriu-lhe que a chamasse de "Sociedade", para que estivesse alinhada aos tempos, e que se emitissem os votos, mas não solenes; aconselhou uma roupa simples e práticas de piedade intensas, mas não muito complexas. Convenceu Dom Bosco a escrever suas memórias para deixar em herança espiritual aos Salesianos. Durante o seu pontificado aprovou as Constituições e a Sociedade Salesiana, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e a Pia União dos Cooperadores Salesianos, da qual foi o primeiro inscrito. Dom Bosco muito amou Pio IX e aceitou dele todo conselho, mesmo quando lhe custava grande sacrifício: "Estou disposto a enfrentar qualquer cansaço", dizia, "quando se trata do papado e da Igreja".

Mas também o Pontífice tinha grande estima por Dom Bosco e convocou-o diversas vezes a Roma para pedir-lhe ajuda em diversas questões delicadíssimas. Em 8 de dezembro de 1854 definiu o dogma da Imaculada Conceição. Em 1869 convocou o Concílio Vaticano I. Em 8 de dezembro de 1870 proclamou São José patrono da Igreja universal. Em 16 de junho de 1875 consagrou a Igreja dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Morreu em 7 de fevereiro de 1878, depois de 32 anos de Pontificado. João Paulo II beatificou-o em 3 de setembro de 2000 juntamente com o "Papa bom", João XXIII.

Fonte: sdb.org

Filipe Rinaldi

Nascimento: 28/05/1856

Beatificado: 29/04/1990

Celebração litúrgica: 05/12

“A palavra que mais me fez bem foi quando lhe disse que temia algum dia fazer uma das minhas, fugindo. E ele respondeu-me: ‘eu iria buscá-lo’”. Esta imediata e afetuosa resposta do Pe. Paulo Albera, diretor da casa salesiana de Gênova - Sampierdarena, ao jovem Felipe Rinaldi, de vinte e um anos, que estava no colégio para discernir sobre a sua vocação, encerra uma verdadeira estratégia (a mesma já usada por Dom Bosco) numa situação espiritual que se poderia definir como, de um lado, o não se sentir chamado e, de outro, o continuar a ser chamado.

Nascido em Lu Monferrato (província de Alessandria, Piemonte) em 28 de maio de 1856, oitavo de nove filhos, Felipe conheceu Dom Bosco aos cinco anos de idade, durante um dos muitos passeios que o santo sacerdote fazia com seus jovens. Seu temperamento juvenil não era o que se poderia esperar propriamente de um santo, mas Dom Bosco também soube perceber nele um bom tecido para fazer dele um bom educador. Aos dez anos é levado para os estudos na casa salesiana de Mirabello. Ali ele viu Dom Bosco duas vezes e logo o sentiu como seu amigo. Após ser alvo de uma humilhação, ele volta para a família, onde, porém, lhe chegam cartas do Santo dos jovens que o convida a retornar: “As casas de Dom Bosco estão sempre abertas para ti”.

Confidenciará mais tarde: “eu não tinha nenhuma intenção de ser padre”. Dom Bosco, porém, pensa diversamente e vai encontrá-lo em 1876. Felipe, está agora com vinte anos e uma proposta de casamento, mas Dom Bosco conquista-o definitivamente para a sua causa. Pe. Rinaldi confessará mais tarde: “A minha opção recaía sobre Dom Bosco... Ele respondera a todas as minhas objeções”. Permanecerá ainda um ano em família, preocupado com os estudos, a dor de cabeça e o olho esquerdo doente. “Vem! – foi o último paciente convite de Dom Bosco – a dor de cabeça passará e, da vista, terás o suficiente para estudar”. Repensando nas resistências apresentadas, exclamará um dia: “Façam Nosso Senhor e Nossa Senhora com que, depois de ter resistido tanto à graça no passado, não tenha mais que abusar dela no futuro”. Aos vinte e um anos, Felipe Rinaldi iniciou em Sampierdarena o itinerário para as vocações adultas. Em 1880, depois do noviciado, emitiu os votos perpétuos nas mãos do próprio Dom Bosco. Quando em 23 de dezembro de 1882, dia da sua ordenação sacerdotal, ouvir Dom Bosco perguntar, como conclusão do longo período de discernimento vocacional: “E agora, estás feliz?”, responderá com comoção filial: “Sim, se me conservar com o senhor!”.

Dos seus 49 anos de sacerdócio, foi nos primeiros vinte sucessivamente diretor em Mathi Torinese, um colégio para vocações adultas, depois em Turim - “São João Evangelista”, e em Barcelona Sarriá, Espanha. A poucos dias da morte de Dom Bosco, Pe. Rinaldi quis confessar-se com ele, e este, depois de absolvê-lo, já sem forças, disse-lhe apenas uma palavra: “Meditação”.

Em 1889, o Pe. Miguel Rua, primeiro sucessor de Dom Bosco, nomeou-o diretor de Sarriá, nas proximidades de Barcelona, Espanha, dizendo-lhe: “Terás que resolver coisas muito delicadas”. Em três anos, levantou a obra com a oração, a mansidão e a presença paterna e animadora entre os jovens e na comunidade salesiana. Foi, então, nomeado inspetor da Espanha e Portugal, contribuindo de modo surpreendente para o desenvolvimento da Família Salesiana em terras ibéricas. Em apenas nove anos, também graças à ajuda econômica dada pela nobre senhora venerável Doroteia Chopitea, o Pe. Rinaldi fundou dezesseis novas casas. Pe. Rua, depois de uma visita, ficou impressionado com ele e, em seguida, em 1901, nomeou-o Prefeito Geral da Congregação. Nesta nova responsabilidade, Pe. Rinaldi continuou a trabalhar com zelo, sem jamais renunciar ao seu ministério sacerdotal. Realizou por cerca de vinte anos o seu serviço de governo com prudência, caridade e inteligência. Depois da morte do beato Pe. Rua, em 1910, Felipe Rinaldi foi reeleito Prefeito e Vigário do novo Reitor-Mor, Pe. Paulo Albera. Num cargo aparentemente burocrático, atuou deixando marcas significativas. Tornou-se, sobretudo, um experto diretor de espírito; levantava-se muito cedo e, depois de celebrar a santa Missa, iniciava às cinco da manhã suas duas horas de confessionário.

Nos últimos nove anos dedicou-se à orientação suprema da Congregação, sendo o sucessor de Pe. Paulo Albera em 24 de abril de 1922. Quando foi eleito diretor pela primeira vez, escreveu ao Pe. Júlio Barberis: “Eu diretor! Mas não sabem o que é entregar os pobres jovens à ruína? Surpreendo-me só de pensar nisso”. Eleito Reitor-Mor dirá: “Garanto-vos que, para mim, é uma grande mortificação; rezai ao Senhor para que possamos não estragar o que Dom Bosco e seus sucessores fizeram”. Adequou o espírito de Dom Bosco aos novos tempos, e no serviço de Reitor-Mor evidenciou principalmente os seus dotes de pai e a sua riqueza de iniciativas: o cuidado das vocações, a fundação de centros de assistência espiritual e social para jovens operárias, a orientação e o apoio às Filhas de Maria Auxiliadora num momento particular da sua história. Deu grande impulso aos Salesianos Cooperadores; instituiu as Federações mundiais dos ex-alunos e das ex-alunas, dando-lhes forte impulso organizativo. “Os ex-alunos – dizia – são o fruto dos nossos trabalhos. Em nossas casas, não trabalhamos para que os jovens sejam bons apenas enquanto estão conosco, mas para fazer deles bons cristãos. Por isso, a obra dos ex-alunos é obra de perseverança. Sacrificamo-nos por eles e o nosso sacrifício não deve ser perdido”. Trabalhando entre as Zeladoras de Maria Auxiliadora, intuiu e percorreu um caminho que levava a atuar uma nova forma de vida consagrada no mundo, que em seguida haveria de florescer no Instituto Secular das “Voluntárias de Dom Bosco”. Seu reitorado foi sobretudo fecundo.

A Congregação Salesiana desenvolveu-se prodigiosamente: de 4.788 membros em 404 casas a 8.836 em 644 casas, numa atmosfera em que “mais se respirava o afeto do pai do que a autoridade do superior”. O impulso que deu às missões salesianas foi enorme: fundou institutos missionários, revistas e associações, e durante o seu reitorado 1.800 Salesianos partiram para o mundo todo, atuando assim a profecia de Dom Bosco de que, tendo pedido como jovem sacerdote para ir às missões, o ouviu responder: “Tu ficarás aqui. À missão mandarás outros”. Fez inúmeras viagens pela Itália e Europa. Dilatou um zelo e uma paternidade admiráveis, sublinhando que a verdadeira fisionomia da Obra salesiana não está tanto nos sucessos exteriores, quanto na profunda, serena e calma vida interior. Traduziu este seu conceito dinâmico de espiritualidade e trabalho em forma socialmente eficaz, atuando junto a Pio XI para que fosse concedida a indulgência do trabalho santificado. Mestre de vida espiritual, reanimou a vida interior dos Salesianos, demonstrando sempre uma absoluta fé em Deus e uma ilimitada confiança em Maria Auxiliadora.

“É verdade – atestou o Pe. Pedro Ricaldone, seu sucessor – que ele teve muitas vezes fragilidade de saúde, mas conseguiu fazer um bem extraordinário. Ocupou-se com descortino da formação do pessoal com reuniões, visitas, escritos que o fizeram ser apreciado e amado por todos”. Foi um trabalhador incansável. De muitíssimos modos e por toda a vida, sem economizar cansaços, esforçou-se para aumentar entre os trabalhadores e trabalhadoras de qualquer categoria as formas associativas e as organizações de poupança que terminaram sempre no crescimento do sindicalismo cristão e das obras de previdência. Recomendou aos Salesianos, de modo especial, a assistência aos emigrados sem distinção de nacionalidade, acentuando o máximo universalismo na caridade.

Entre os santos salesianos, o que caracteriza o Pe. Rinaldi é a nota de paternidade. Como diretor, aos 33 anos, propusera-se: “Caridade e mansidão para com os irmãos, suportando tudo o que me possa acontecer”. Como inspetor, dirá: “Sarei pai. Evitarei os modos ásperos. Quando vierem falar comigo, não os deixarei perceber que estou cansado ou com pressa”. Do Pe. Rinaldi, o Pe. Francesia, Salesiano da primeira geração, dirá: “Só lhe falta a voz de Dom Bosco. Tudo o mais, ele o tem”. Antes de morrer, um acontecimento o encherá de extraordinária alegria: a beatificação de Dom Bosco, que se deu em 2 de junho de 1929. Guiará até Roma uma multidão de 15 mil pessoas. Estava para iniciar o ano do seu cinquentenário de sacerdócio quando faleceu serenamente em 5 de dezembro de 1931, atento a ler a vida do Pe. Rua. Seus despojos repousam na cripta da basílica de Maria Auxiliadora em Turim.

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Fonte: sdb.org

Zeffirino Namuncurà

Nascimento: 26/08/1886

Beatificado: 11/11/2007

Celebração litúrgica: 26/08

Zeffirino Namuncurà nasceu em 26 de agosto de 1886 em Chimpay, às margens do rio Negro. Seu pai Manuel, o último grande cacique das tribos indígenas araucanas, havia se rendido três anos antes às tropas da República Argentina. Depois de onze anos de vida rural livre, Manuel Namuncurà envia Zeffirino para estudar em Buenos Aires, para que amanhã possa defender sua raça. A atmosfera familiar no colégio salesiano fez com que ele se apaixonasse por Dom Bosco.

A dimensão espiritual cresceu nele e ele começou a desejar ser sacerdote salesiano para evangelizar seu povo. Escolheu Domenico Sávio como modelo e, durante cinco anos, através do esforço extraordinário de entrar numa cultura totalmente nova, ele próprio tornou-se outro Domenico Sávio. O compromisso com a piedade, a caridade, os deveres diários e o exercício ascético é exemplar.

Esse menino, que achou difícil "entrar na fila" ou "obedecer a campainha", gradualmente se tornou um verdadeiro modelo. Como queria Dom Bosco, estava certo em cumprir seus deveres de estudo e oração. Ele foi o árbitro nas recriações: sua palavra foi bem recebida pelos camaradas em disputa. Ele ficou impressionado com a lentidão com que fez o sinal da cruz, como se estivesse meditando em cada palavra; com seu exemplo, ele corrigiu seus companheiros, ensinando-os a fazê-lo devagar e com devoção. Em 1903 (dezesseis anos e meio de idade, e seu pai foi batizado aos oitenta anos), Dom Cagliero o aceita no grupo de aspirantes em Viedma, capital do Vicariato Apostólico, para começar o latim.

Por causa de sua saúde precária, o bispo salesiano decide levá-lo à Itália para que continue seus estudos de maneira mais séria e em um clima que parece mais adequado. Na Itália, ele conhece o padre Rua e o papa Pio X, que o abençoam com emoção. Ele frequentou a escola em Turim e depois no colégio salesiano de Villa Sora, em Frascati. Ele estuda muito para ser o segundo da classe.

Mas um mal não diagnosticado a tempo, talvez porque nunca reclamou, minou-o: tuberculose. Em 28 de março de 1905, ele foi levado ao hospital Fatebenefratelli, na Ilha Tiberina, em Roma. Tarde demais. Ele morreu pacificamente em 11 de maio. A partir de 1924, seus restos mortais descansam em sua terra natal, em Fortín Mercedes, onde multidões de peregrinos vêm para adorá-lo.

Venerável 22 de junho de 1972; beatificada em 11 de novembro de 2007 sob o pontificado de Bento XVI

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Fonte: sdb.org

Francisco Kesy e 4 jovens

Nascimento: 13/11/1920

Beatificado: 13/06/1999

Celebração litúrgica: 12/06

Em 1 de setembro de 1939, Hitler invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial. A casa salesiana de Poznan, na rua Wroniecka, foi ocupada e transformada em um depósito de soldados alemães. Os jovens continuaram a se reunir nos jardins fora da cidade e nos bosques próximos. Numerosas associações secretas surgiram.

Em setembro de 1940, Francesco Kesy e quatro camaradas oratorianos foram presos sob acusação de pertencer a uma organização ilegal. Eles foram levados para a temível Fortaleza VII, perto de Poznan, onde foram torturados e interrogados. Mais tarde, foram transferidos para várias outras prisões, onde nem sempre tiveram a sorte de estar juntos. Regressados ​​a Poznan, foram julgados e acusados ​​de alta traição e sentenciados à morte.

Eles foram martirizados em Dresden em 24 de agosto de 1942. Eles viviam em cativeiro com um espírito de fé e espiritualidade salesiana. Rezavam continuamente: rosário, novenas a Dom Bosco e a Maria Auxiliadora, oração de manhã e à noite. Eles tentaram manter contato com suas famílias por meio de mensagens que muitas vezes conseguiam enviar secretamente. Eles corajosamente pediram e garantiram orações. Sempre que podiam, animavam alegremente as festas litúrgicas passadas na cela. Sua fé nunca vacilou. Eles eram testemunhas confiáveis ​​para o fim.

O decreto do martírio foi publicado em 26 de março de 1999; beatificado em 12 de junho de 1999 por João Paulo II.

Francesco Kesy

Francesco Kesy nasceu em Berlim em 13 de novembro de 1920. A família mudou-se para Poznan para o trabalho de seu pai. Francisco foi aspirante ao seminário menor dos salesianos no Lad. Durante a ocupação, incapaz de continuar seus estudos, ele trabalhou em uma planta industrial. Ele passou seu tempo livre no oratório, onde, em estreita amizade com os outros quatro, ele animava associações e atividades juvenis. Ele lembra que era sensível, mas ao mesmo tempo alegre, calmo, agradável e sempre disposto a ajudar os outros. Quase todos os dias ele recebeu a comunhão; à noite ele recitou o rosário. "Para Wronki, desde que eu estava sozinho na cela - ele escreve em mensagens para a família -, eu tive tempo de me examinar. Prometi viver de maneira diferente, como recomendou Dom Bosco, viver para agradar ao Senhor e a sua Mãe Maria Santíssima. [...] eu oro ao bom Deus que todas estas tribulações e tristezas me tocarão e não você ".

Edoardo Klinik

Nascido em Bochum em 21 de junho de 1919, tímido e quieto, ele se tornou mais animado quando entrou no oratório. Ele era um estudante sistemático, responsável. Distinguiu-se porque estava muito ocupado em todos os campos de atividade e dava a impressão de ser o mais sério e profundo.

Jarogniew Wojciechowski

Nascido em Poznan 05 de novembro de 1922, ele era um meditativo, tende a aprofundar a visão das coisas para entender os acontecimentos. Ele era um animador no melhor sentido da palavra. Ele foi distinguido pelo bom humor, compromisso e testemunho.

Ceslao Józwiak

Nascido em Lazynie, em 7 de setembro de 1919, ele era um pouco irascível, mas espontâneo, cheio de energia, senhor de si mesmo, pronto para o sacrifício, coerente e positivamente autoritário. Ele se viu aspirando à perfeição cristã e progredindo nela. Um companheiro de prisão escreve: "Ele era bem-humorado e bondoso, tinha uma alma como um cristal ... Ele me falou de uma preocupação: nunca borrar com qualquer impureza".

Edoardo Kazmierski

Nascido em Poznan em 1 de outubro de 1919, ele foi caracterizado pela sobriedade, prudência, bondade. No oratório, ele podia desenvolver qualidades musicais incomuns. A vida religiosa soprada na família e pelos salesianos logo o levou à maturidade cristã. Durante sua prisão, ele mostrou grande amor por companheiros ainda mais velhos. Ele estava livre de qualquer sentimento de ódio contra os perseguidores.

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Fonte: sdb.org

Joseph Kowalski

Nascimento: 13/03/1911

Beatificado: 13/06/1999

Celebração litúrgica: 29/05

Joseph Kowalski nasceu em Siedliska, perto de Rzeszów, Polônia, em 13 de março de 1911, filho de Wojciech e Zofia Borowiec, o sétimo de nove filhos. Seus pais, católicos praticantes, eram agricultores que possuíam uma fazenda modesta.

Depois da escola primária, eles o matricularam no Colégio Salesiano de Oswiecim (Auschwitz). Giuseppe distinguiu-se imediatamente por seu compromisso com o estudo e serviço, e sua sincera alegria. Ele se juntou à Sociedade da Imaculada e à Associação Missionária, mais tarde tornando-se seu presidente.

Apaixonou-se literalmente pelo carisma salesiano e seu fundador, do qual procurou dar o exemplo em tudo: compromisso na alegre animação das festas religiosas e civis, presença apostólica entre seus companheiros e, em particular, a primazia da vida espiritual.

Quando jovem, começou a escrever seu diário, que nos transmite a devoção a Maria Auxiliadora e à Eucaristia: «Oh minha mãe - escreveu ele -, devo ser santo porque este é meu destino. Ó Jesus, a ti ofereço meu pobre coração [...]. Conceda que nunca me afaste de você e que até a morte permaneço fiel: prefiro morrer a ofendê-lo, mesmo com um pequeno pecado. Eu devo ser um salesiano sagrado, assim como meu pai Dom Bosco ".

Ele fez sua profissão temporária em 1928 em Czerwinsk e recebeu sua ordenação sacerdotal em 29 de maio de 1938 em Cracóvia. Ele foi nomeado secretário provincial. Ele cuidou de um coro de jovens na paróquia e cuidou dos jovens mais difíceis.

Em 1939 a Polônia foi ocupada, mas os salesianos continuaram seu trabalho educacional. Esta é a principal razão para a dramática detenção em 23 de maio de 1941: a Gestapo capturou Don Kowalski e outros onze salesianos trabalhando em Cracóvia. Inicialmente ele foi internado na prisão de Montelupich na mesma cidade; de lá, ele foi transferido para o campo de concentração de Auschwitz em 26 de junho, recebendo o número 17.350. No campo de concentração, dedicou-se secretamente ao apostolado: confessou, celebrou missas, recitou o terço, realizou palestras ocultas, inclusive sobre Dom Bosco, reforçando o desejo de lutar pela sobrevivência em seus companheiros de prisão.

Sofreu sofrimento, assédio e humilhação. Descoberto com o rosário, ele se recusou a pisar nele, acelerando assim o martírio, que aconteceu em Auschwitz em 4 de julho de 1942. Seu corpo foi primeiro jogado no recipiente de excrementos, depois queimado no crematório do acampamento.

Seus companheiros de aldeia começaram a venerar sua memória, acreditando que seu sacrifício havia fertilizado as vocações polonesas. O papa João Paulo II também teve a mesma opinião e se interessou pessoalmente pela causa de vários mártires poloneses. Finalmente, ele os beatificou em Varsóvia em 13 de junho de 1999.

O decreto do martírio foi publicado em 26 de março de 1999; beatificado em 13 de junho de 1999 por João Paulo II.

Fonte: sdb.org

Augusto Czartoryski

Nascimento: 02/08/1858

Beatificado: 25/04/2004

Celebração litúrgica: 02/08

Augusto Czartoryski nasceu no exílio, em Paris, no dia 2 de agosto de 1858. Há trinta anos a sua nobre estirpe, ligada à história e aos interesses da dinastia da Polônia, emigrara para a França e, do Palácio Labert, nas margens do Sena, dirigia uma vasta ação entre os compatriotas e junto às chancelarias europeias, com a finalidade de restaurar a unidade da pátria, desmembrada em 1795 entre as grandes potências. O príncipe Adão Czartoryski, guerreiro e homem político, cedera as rédeas da família, além da atividade patriótica, ao príncipe Ladislau unindo-se em matrimônio com a princesa Maria Amparo, filha da rainha da Espanha Maria Cristina e do duque Rianzarez. São estes os pais de Augusto. Ele, primogênito da família, foi visto como ponto de referência para todos os que, depois do terceiro desmembramento da Polônia, sonhavam com o seu renascimento. Contudo, os planos de Deus eram outros.

Aos seis anos morre-lhe a mãe devido à tuberculose, herança que transmitirá ao filho. Quando a doença manifestou seus primeiros sintomas, começou para Augusto uma longa e forçada peregrinação em busca da saúde que jamais readquirirá: Itália, Suíça, Egito, Espanha foram as principais estações do seu girovagar. A saúde, porém, não era o principal objetivo da sua busca; coexistia em seu espírito juvenil outra busca muito mais preciosa, a da vocação. Não demorou muito para compreender que não fora feito para a vida da corte. Aos vinte anos, escrevendo ao pai, dizia entre outras coisas, aludindo às festas mundanas das quais era obrigado a participar: “Confesso-lhe que estou cansado disso tudo. São divertimentos inúteis que me angustiam. Para mim, é desagradável ser obrigado a travar conhecimentos em tantos banquetes”.

Muita influência sobre o jovem príncipe foi exercida pelo seu preceptor José Kalinowski. Este tivera no passado dez anos de trabalhos forçados na Sibéria; fizera-se carmelita descalço e será canonizado por João Paulo II em 1991. Foi preceptor de Czartoryski apenas por três anos (1874-1877), deixando nele profundas marcas. Sabemos por ele que a orientar o príncipe em sua busca vocacional foram sobretudo as figuras de São Luís Gonzaga e do compatriota Santo Estanislau Kostka. Era entusiasta do lema deste último: Ad maiora natus sum (“nasci para coisas maiores”). “A vida de São Luís, do padre Cepari que me enviaram da Itália – escreve Kalinowski – teve eficácia decisiva no progresso espiritual de Augusto e abriu-lhe o caminho para uma união mais fácil com Deus”.

Evento decisivo foi o encontro com Dom Bosco. Augusto tinha 25 anos quando o viu pela primeira vez. Isso se deu em Paris, no palácio Lambert, onde o fundador dos Salesianos celebrou Missa no oratório da família. Ao altar, serviam o príncipe Ladislau e Augusto. “Há algum tempo eu desejava conhecê-lo!”, disse Dom Bosco a Augusto. A partir daquele dia, Augusto viu no santo educador o pai da sua alma e o árbitro do seu futuro. Dom Bosco tornara-se o ponto de referência para o discernimento vocacional do jovem. O padre turinense, contudo, sempre teve uma atitude de grande cautela quanto à aceitação do príncipe na Congregação. Será o papa Leão XIII a dissolver pessoalmente qualquer dúvida. Conhecida a vontade de Augusto, o Papa concluiu: “Diga a Dom Bosco que é da vontade do Papa que ele o receba entre os Salesianos”. “Pois bem, meu caro – respondeu Dom Bosco imediatamente – eu o aceito. A partir de agora, o senhor faz parte da nossa Sociedade e desejo que a ela pertença até a morte”.

Em fins de junho de 1887, depois de renunciar a tudo em favor de seus irmãos, o jovem Augusto foi enviado a San Benigno Canavese para um breve período de aspirantado, antes de iniciar o noviciado naquele mesmo ano sob a guia do mestre padre Júlio Barberis. Augusto deve alterar muitos costumes: o horário, a alimentação, a vida comum... Deve lutar também contra as tentativas da família, que não se resigna a esta opção. O pai vai visitá-lo e tenta dissuadi-lo. Augusto, porém, não se deixa vencer. Em 24 de novembro de 1887 recebe a batina das mãos de Dom Bosco na basílica de Maria Auxiliadora. “Coragem, meu príncipe

– sussurra-lhe o santo ao ouvido – hoje conseguimos uma magnífica vitória. Contudo, posso dizer-lhe, com grande alegria, que virá um dia em que o senhor será sacerdote e, por vontade de Deus, fará muito bem à sua pátria”. Dom Bosco morreu dois meses depois, e sobre a sua sepultura em Valsalice, o príncipe Czartoryski torna-se Salesiano emitindo os votos religiosos.

Naqueles anos, em Valsalice, fazia seus estudos para a mesma meta o padre André Beltrami, que se ligou a Augusto com profunda amizade: estudavam juntos as línguas estrangeiras e ajudavam-se a escalar a meta da santidade. Quando a doença de Augusto se agravou, os superiores pediram para André ficar ao seu lado e ajudá-lo. Passaram juntos as férias de verão nos institutos salesianos de Lanzo, Penango d’Asti, Alassio... Augusto era para André um anjo da guarda, mestre e exemplo heroico de santidade. André Beltrami, hoje venerável, dirá dele: “Cuidei de um santo”.

A doença faz com que Augusto seja enviado à costa da Ligúria, realizando ali os estudos de teologia. O decurso da doença aumenta a persistência das tentativas da família, que recorre também às pressões dos médicos. Ao cardeal Parocchi, a quem foi pedido que usasse sua influência para tirá-lo da vida salesiana, ele escreve: “Em plena liberdade, eu quis emitir os votos, e o fiz com grande alegria do meu coração. A partir daquele dia, vivendo na Congregação, gozo de uma grande paz de espírito, e agradeço a Nosso Senhor por ter-me feito conhecer a Sociedade Salesiana e ter-me chamado a nela viver”.

Preparado pelo sofrimento, em 2 de abril de 1892 é ordenado sacerdote em Sanremo por dom Tomás Regio, bispo de Ventimiglia. O príncipe Ladislau e a tia Isa não participaram da ordenação. A vida sacerdotal do padre Augusto durou apenas um ano, passado em Alassio, num quarto que dava para o pátio dos meninos. Morreu em Alassio na noite de sábado 8 de abril de 1893, na oitava da Páscoa, sentado numa poltrona já usada por Dom Bosco. “Que bela Páscoa!”, dissera na segunda-feira ao coirmão que o assistia, sem imaginar que haveria de celebrar no paraíso o último dia da oitava. Tinha trinta e cinco anos de idade e cinco de vida salesiana. Na lembrança da Primeira Missa escrevera: “Para mim um dia nos teus átrios é mais do que mil fora deles. Bem-aventurado aquele que habita a tua casa: canta sempre os teus louvores” (Salmo 83). Seus restos mortais foram transportados para a Polônia tumulados na cripta paroquial de Sieniawa, junto às sepulturas da família, onde um dia Augusto fizera a Primeira Comunhão. Posteriormente, seus despojos foram transladados à igreja salesiana de Przemyśl, onde se encontram até hoje.

Augusto Czartoryski, jovem príncipe, elaborou um método eficaz de discernimento dos planos divinos. Apresentava a Deus na oração todas as questões e perplexidades e, depois, no espírito de obediência, seguia os conselhos de seus guias espirituais. Compreendeu assim a própria vocação de iniciar a vida pobre para servir aos mais pequenos. O mesmo método permitiu-lhe, ao longo da vida, fazer opções tais, que hoje se pode dizer, que ele realizou os planos da Providência Divina de modo heroico.

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Fonte: sdb.org

Alexandrina Maria da Costa

Nascimento: 30/03/1904

Beatificado: 25/04/2004

Celebração litúrgica: 13/10

No dia 13 de outubro de 2021, no dia do seu nascimento ao céu, a Família Salesiana celebra a memória litúrgica de Alexandrina Maria da Costa, Salesiana Cooperadora portuguesa, declarada beata pelo Papa João Paulo II em 25 de abril de 2004.

Alexandrina nasce a 30 de março de 1904 em Balasar, na província do Porto.  Aos 14 anos, fazendo um gesto de coragem diante de quem tenta atacá-la, pula da janela de casa.  As consequências da queda a levaram, cinco anos depois, à paralisia total, constrangendo-a à imobilidade no leito por mais de 30 anos.

Pede a graça da cura, mas Nossa Senhora dá-lhe a força para aceitar e abraçar o sofrimento pela salvação das almas. Dizia: “Não tenho outro desejo senão dar glória a Deus e salvar as almas”.

Vive uma intensa vida mística, em contínua união com Jesus presente nos Tabernáculos de todo o mundo.  A sua missão era, de fato, ser como a lâmpada do Tabernáculo, para fazer companhia a Jesus Eucaristia. Era uma verdadeira alma eucarística: a partir de 27 de março de 1942 deixou de se alimentar, vivendo apenas da Eucaristia. Nos últimos anos da sua vida, muitas pessoas, atraídas pela fama de santidade, fazem-lhe visita e atribuem a própria conversão aos seus conselhos.

Desde 1944 o diretor espiritual de Alexandrina é o Pe. Umberto Pasquale, um Salesiano de Dom Bosco que, constatando sua grandeza espiritual, encoraja-a a continuar a ditar o seu diário.  Naquele ano torna-se Salesiana Cooperadora e pede para colocar o diploma de filiação “de modo a tê-lo sempre sob os olhos”: “Sinto-me unida aos Salesianos e Cooperadores de todo o mundo. Quantas vezes olho o meu diploma de membro e ofereço meus sofrimentos, unida a todos eles, pela salvação dos jovens!”.

A 13 de Outubro de 1955 – dia em que em Portugal recorda-se a última aparição de Nossa Senhora aos três Pastorinhos em Fátima (1917) e se celebra a festa de Nossa Senhora do Rosário – Alexandrina Maria da Costa morre em Balasar, onde é sepultada, de frente para o Tabernáculo.

É declarada Venerável em 21 de dezembro de 1995 e beatificada em 25 de abril de 2004 por João Paulo II, que, na homilia, diz:

“Permeada e ardente de amor, não quer negar nada ao seu Salvador: com forte vontade, aceita tudo para demonstrar-lhe que o ama. Com o exemplo da Beata Alexandrina, expresso nos três verbos “sofrer, amar, reparar”, os cristãos possam encontrar o estímulo e a motivação para elevar tudo o que a vida tem de doloroso e triste através da prova do amor maior: sacrificar a vida por quem se ama”.

Um Centro Internacional de Espiritualidade Salesiana e um Centro para Salesianos Cooperadores acolhem jovens e peregrinos, que chegam a Balasar de todas as partes do mundo para rezar nos lugares de Alexandrina e aprofundar a espiritualidade.

A Beata Alexandrina Maria da Costa interceda junto a Deus pelos bons frutos do, ainda em curso, Capítulo Geral XXIV do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.

Fonte: cgfma.net

Alberto Marvelli

Nascimento: 21/03/1918

Beatificado: 05/09/2004

Celebração litúrgica: 05/10

Nascido em Ferrara, Itália, no dia 21 de março de 1918, segundo de seis irmãos, cresceu numa família verdadeiramente cristã, em que a vida de piedade se unia à atividade caritativa, catequética e social.

Transferindo-se com a família em 1930 para Rimini, frequenta o oratório salesiano e a Ação Católica onde, a exemplo de Domingos Sávio, amadurece a fé com uma opção definitiva: “o meu programa sintetiza-se numa palavra: santo”. Reza com recolhimento, faz catequese com convicção, manifesta zelo, caridade, serenidade. É forte de caráter, firme, decidido, volitivo, generoso; tem um aguçado senso de justiça e uma grande ascendência entre os companheiros. É um jovem esportista e dinâmico, ama todos os esportes: tênis, vôlei, atlética, futebol, natação, excursões na montanha. Mas a sua maior paixão será a bicicleta, também como meio privilegiado de apostolado e ação caritativa.

Amadurece na universidade a formação cultural, e a espiritual na FUCI (Federação Universitária Católica Italiana). Escolhe Piergiorgio Frassati, hoje beato, como modelo. Obtida a láurea em engenharia mecânica em 30 de junho de 1941, deve partir como militar em 7 de julho. A Itália está em guerra; uma guerra que Alberto condena com lúcida firmeza: “Desça logo a paz com justiça para todos os povos, a guerra desapareça do mundo para sempre”. Dispensado, porque outros três irmãos já estão no front, trabalha por breve período na FIAT de Turim.

Após os trágicos acontecimentos de 25 de julho de 1943, com o bombardeamento do sul da Itália pelos aliados, a queda do fascismo, a proclamação do armistício com os aliados em 8 de setembro de 1943 e a consequente ocupação alemã do solo italiano, Alberto volta para casa em Rimini. Ele sabe qual é a sua missão: torna-se operário da caridade. Depois de cada bombardeamento, é o primeiro a ir em socorro dos feridos, encorajar os sobreviventes, assistir os moribundos, tirar das ruínas os sepultados vivos. Não só ruínas, mas também fome. Alberto distribuía aos pobres tudo o que conseguia recolher: colchões, cobertores, panelas. Ia até os agricultores e negociantes e comprava todo tipo de víveres. Depois, com a bicicleta carregada de sacolas, ia aonde sabia que havia fome e doença. Voltava, às vezes, para casa sem sapatos ou sem bicicleta: dera a quem mais precisava. No período da ocupação alemã, salvou muitos jovens das deportações e conseguiu, com uma ação corajosa e heroica, abrir os vagões, já trancados e em partida na estação de Santarcangelo, e libertar homens e mulheres destinados aos campos de concentração.

Após a libertação da cidade, em 23 de setembro de 1945, foi criada

a primeira junta do Comitê de Libertação. Entre os assessores também está Alberto Marvelli; não está inscrito nem nenhum partido, não foi partigiano (‘guerrilheiro’ contra a ocupação estrangeira), mas todos reconheceram e apreciaram o enorme trabalho feito por ele em favor dos desalojados. É um jovem de apenas 27 anos, mas tem firmeza e competência para enfrentar os problemas, coragem nas situações mais difíceis e disponibilidade sem limites. Confiam-lhe a tarefa mais difícil: a comissão de alojamento, que deve disciplinar a distribuição dos alojamentos na cidade, resolver controvérsias, requisitar apartamentos, não sem os inevitáveis ressentimentos. Depois, confiam-lhe a tarefa da reconstrução, como colaborador da seção especial de obras públicas.

Em seu pequeno caderno de anotações, Alberto escreve: “Servir é melhor do que ser servido. Jesus serve”. Leigo cristão, crescido no oratório salesiano de Rimini, expressa a sua fé cristã sobretudo no compromisso político e social, entendido como serviço ao bem comum: “Com a ajuda de Nosso Senhor, desejo e proponho ser sempre de exemplo aos companheiros e defender a minha fé em todas as ocasiões, sem respeito humano, mas com a mente sempre voltada para a maior glória de Deus”. É com esse espírito de serviço que Alberto enfrenta a atividade cívica. Quando os partidos renascem em Rimini, inscreve-se no partido da Democracia Cristã. Sentiu e viveu o empenho na política como um serviço à coletividade organizada; a atividade política podia e devia ser a expressão mais elevada da fé vivida.

Nesse ínterim, o bispo chama-o para dirigir os “Católicos Laureados”. Seu empenho poderia ser sintetizado em duas palavras: cultura e caridade. “Não se deve levar a cultura apenas aos intelectuais, mas a todo o povo”. Desse modo, dá vida a uma universidade popular. Abre um refeitório para os pobres. Convida-os ao refeitório, reza com eles; depois, distribui a sopa e escuta as necessidades deles. Sua atividade em favor de todos é incansável; está entre os fundadores das ACLI (Associações Católicas de Trabalhadores Italianos); cria uma cooperativa de trabalhadores da construção civil, a primeira cooperativa “branca” (não comunista) na Romanha “vermelha”.

A intimidade com Jesus Eucarístico nunca é um fechar-se em si mesmo, alienado dos compromissos e da história. Antes, quando percebe que o mundo ao seu redor está sob o signo da injustiça e do pecado, a Eucaristia torna-se para ele força para iniciar a ação de redenção e libertação, capaz de humanizar a face da terra.

Na noite de 5 de outubro de 1946, de bicicleta, vai fazer um comício eleitoral; ele também é candidato às eleições da primeira administração municipal. Às 20h:30min, um caminhão militar investe sobre ele. Morrerá com apenas 28 anos, poucas horas depois, sem retomar a consciência. A mãe, Maria, forte na dor, está ao seu lado. Sua morte causou grande comoção em toda a Itália. A figura de Alberto Marvelli, na história do apostolado dos leigos, é a de um autêntico precursor do Concílio Vaticano II, no que se refere ao compromisso dos leigos na animação cristã da sociedade. Foi, como queria Dom Bosco, um bom cristão e um cidadão honesto, empenhado na Igreja e na sociedade com coração salesiano.

Fonte: sdb.org

Bronislau Markiewicz

Nascimento: 13/07/1842

Beatificado: 19/06/2005

Celebração litúrgica: 30/01

Bronislau Markiewicz nasceu no dia 13 de julho de 1842 em Pruchnik, Polônia, na atual arquidiocese de Przemyśl dos Latinos, sexto dos onze filhos de João Markiewicz, prefeito da cidade, e Mariana Gryziecka. Recebeu, na família, uma sólida formação religiosa. Contudo, mais tarde, no período dos estudos ginasiais em Przemyśl, viveu certa hesitação na fé, causada em grande parte pelo ambiente muito antirreligioso reinante na escola, porém, conseguiu superá-la, readquirindo logo serenidade e paz interior.

Obtido o bacharelado, o jovem Bronislau, sentindo-se chamado por Deus ao sacerdócio, entrou em 1863 no Seminário-Maior de Przemyśl. Completado o itinerário regular dos estudos, é ordenado sacerdote em 15 de setembro de 1867. Depois de seis anos de trabalho pastoral como vigário paroquial na paróquia de Harta e na catedral de Przemyśl, desejando preparar-se ainda mais para trabalhar com a juventude, estudou mais dois anos de pedagogia, filosofia e história nas universidades de Leópolis e de Cracóvia. Em 1875 foi nomeado pároco de Gać e em 1877 em Blażowa. Em 1882 foi-lhe confiado o ensino de Teologia pastoral no Seminário-Maior de Przemyśl.

Sentindo-se chamado à vida religiosa, partiu em novembro de 1885 para a Itália e entrou entre os Salesianos, tendo a alegria de encontrar-se com Dom Bosco, em cujas mãos emitiu os votos religiosos em 25 de março de 1887. Como salesiano, ocupou diversos cargos que lhe foram confiados pelos superiores e procurou realizá-los com dedicação e zelo. Devido à austeridade de vida e a diversidade do clima, em 1889, Bronislau ficou gravemente doente de tuberculose, a ponto de ser considerado perto da morte. Retomando-se da doença, convalesceu na Itália até 23 de março de 1892 quando, com a permissão dos superiores, retornou à Polônia, assumindo o encargo de pároco em Miejsce Piastowe, na sua diocese de origem, Przemyśl.

Além da atividade paroquial ordinária, Bronislau Markiewicz dedicou-se, no espírito de Dom Bosco, à formação da juventude pobre e órfã. Para tanto, abriu em Miejsce Piastowe um instituto no qual oferecia apoio material e espiritual aos educandos, preparando-os para a vida com a formação profissional nos cursos abertos no mesmo instituto. Em 1897, decidiu fundar, para essa finalidade, duas Congregações religiosas inspiradas na espiritualidade de Dom Bosco, adaptando as suas regras à especificidade do próprio carisma.

Recebido novamente entre o clero de Przemyśl, Padre Markiewicz continuou a atividade de pároco e de diretor do Instituto ao qual deu como programa Temperança e Trabalho (1898). Procurou obter a sua aprovação como Congregação religiosa, sob a proteção de São Miguel Arcanjo, com um ramo masculino e outro feminino. A aprovação só foi dada alguns anos depois da sua morte, em 1921, à Congregação de São Miguel Arcanjo (Padres Miguelitas) e, em 1928, à Congregação das Irmãs de São Miguel Arcanjo (Irmãs Miguelitas).

Padre Bronislau continuou, sempre com a aprovação e a bênção do bispo, São José Sebastião Pelczar, a sua atividade de formação de jovens e crianças, órfãos e abandonados, servindo-se da ajuda de colaboradores para cuja preparação e formação contribuiu pessoalmente. Ainda em Miejsce Piastowe, ele oferecera casa e formação a centenas de jovens, doando-se inteiramente a eles. Desejoso de fazer sempre mais em favor deles, em agosto de 1903, Padre Markiewcz abriu uma nova casa em Pawiikowice, perto de Cracóvia, onde mais de 400 órfãos encontraram abrigo e possibilidade de formação espiritual e profissional.

A dedicação total aos jovens, a abnegação heroica de si e um trabalho gigantesco a realizar fizeram com que logo se esgotassem as forças do Padre Markiewicz, minando a sua saúde já muito comprometida pelas enfermidades contraídas na Itália. Isso tudo o levou muito rapidamente ao fim de sua peregrinação terrena, que se deu em 29 de janeiro de 1912.

O Beato Bronislau Markiewicz distinguiu-se pelo grande amor a Nosso Senhor e ao próximo, especialmente o mais pobre, desprezado, abandonado e órfão, a quem dedicou-se inteiramente. Vivia profundamente desejoso de acolher um número sempre maior de jovens e oferecer-lhes o calor humano que tanto lhes faltava. Esse profundo desejo é expressado nestas suas palavras: “Gostaria de recolher milhões de jovens abandonados, de todos os povos, nutri-los gratuitamente e vestir seus corpos e espíritos”. Até a morte, ele permaneceu fiel a este imperativo do amor, unido à sua corajosa opção pelos pobres, aceitando heroicamente todas as consequências que brotaram dessas opções.

Fonte: sdb.org

Enrico Saiz Aparicio e 62 companheiros

Nascimento: 01/12/1889

Beatificado: 28/10/2007

Celebração litúrgica: 22/09

Entre 1936 e 1939 a Espanha foi sacudida por uma dramática e sangrenta guerra civil: um conflito carregado de acesos antagonismos ideológicos, transformando-se num embate entre democracia e fascismo, entre republicanos e rebeldes guiados pelo general Franco. Pagou as contas disso também a Igreja espanhola que sofreu uma violenta perseguição, sobretudo pelas forças anárquicas e milicianas.

Foram massacrados milhares de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, tão somente por serem cristãos. Entre eles, também numerosos membros da Família Salesiana: 39 Sacerdotes, 22 Clérigos, 24 Coadjutores, 2 Filhas de Maria Auxiliadora, 4 Salesianos Cooperadores, 3 Aspirantes Salesianos e 1 Colaborador leigo; 95 ao todo.
Levaram-se adiante três causas em separado, depois transformadas em duas: o Grupo de Valência – 32 mártires – tendo como cabeça o Padre José Calasanz, e os dois grupos de Sevilha e Madri – 63 mártires – tendo como cabeça o Padre Enrique Saiz Aparício. O primeiro grupo foi beatificado em 11 de março de 2001 com os outros mártires da diocese de Valência; o segundo grupo espera o exame da "Positio".

O Padre Enrico Saiz Aparicio foi o corajoso diretor do aspirantado salesiano de Carabanchel Alto, na periferia de Madri. Quando os milicianos irromperam no instituto, ele disse logo: "Se querem sangue, eu estou aqui. Mas não façam mal aos jovens". Os jovens foram libertados enquanto o P. Saiz e oito Salesianos foram aprisionados e mortos. Pouco tempo antes da morte confidenciou a um amigo: "O que há de melhor do que morrer pela glória de Deus?" Ofereceu sua vida em troca da dos jovens que lhe tinham sido confiados pela Providência. Até seu último respiro foi por eles.

Lista dos mártires

MADRID: 42 Mártires (10 Sacerdotes, 14 Irmãos, 1 Subdiáconos, 13 Clérigos, 3 Aspirantes, 1 Leigo)

Enrico Saiz Aparicio,

Salvatore Fernández,

Sabino Hernández

Felice González,

Germano Martín,

Giuseppe Villanova,

Michele Lasaga,

Andrea Jiménez,

Andrea Gómez,

Pio Conde,

Pablo Gracia

Valentino Gil,

Giovanni Codera,

Giovanni M. Celaya,

Francesco G. Martín,

Emilio Arce,

Raimondo Eirín,

Anastasio Garzón,

Stefano Vázquez,

Eliodoro Ramos,

Antonio Cid,

Carmelo Pérez,

Stefano Cobo,

Teodulo González,

Emmanuele Martín,

Virgilio Edreira,

Giusto Juanes,

Pietro Artolozaga,

Francesco Edreira,

Emmanuele Borrajo,

Vittoriano Fernández,

Pasquale de Castro,

Giovanni Larragueta,

Luigi Martínez,

Florenzio Rodríguez,

Federico Cobo,

Igino de Mata,

Tommaso Gil,

Juan de Mata.

SEVILHA: 21 Mártires (12 Sacerdotes, 4 Irmãos, 1 Subdiácono, 3 Cooperadores, 1 Clérigo)

Antonio Torrero,

Antonio Mohedano,

Emmanuele Gomez,

Michele Molina,

Enrico Canut,

Felice Paco,

Francesco Míguez,

Antonio Pancorbo,

Emmanuele Fernández

Pablo Caballero,

Antonio Fernández,

Giuseppe Limón,

Stefano García,

Raffaele Rodríguez,

Giuseppe Blanco.

Tommaso Alonso Sanjuán.

Donna Teresa Cejudo

Bartolomeo Blanco

Antonio Rodríguez

Giovanni Luigi Hernández.

Fonte: sdb.org

José Calasanz e 31 companheiros

Nascimento: 23/11/1872

Beatificado: 11/03/2001

Celebração litúrgica: 22/09

Entre 1936 e 1939 a Espanha foi sacudida por uma dramática e sangrenta guerra civil: um conflito carregado de acesos antagonismos ideológicos, transformando-se num embate entre democracia e fascismo, entre republicanos e rebeldes guiados pelo general Franco. Pagou as contas disso também a Igreja espanhola que sofreu uma violenta perseguição, sobretudo pelas forças anárquicas e milicianas. Foram massacrados milhares de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, tão somente por serem cristãos. Entre eles, também numerosos membros da Família Salesiana: 39 Sacerdotes, 22 Clérigos, 24 Coadjutores, 2 Filhas de Maria Auxiliadora, 4 Salesianos Cooperadores, 3 Aspirantes Salesianos e 1 Colaborador leigo; 95 ao todo. Levaram-se adiante três causas em separado, depois transformadas em duas: o Grupo de Valência – 32 mártires – tendo como cabeça o Padre José Calasanz, e os dois grupos de Sevilha e Madri – 63 mártires – tendo como cabeça o Padre Enrique Saiz Aparício.

O primeiro grupo foi beatificado em 11 de março de 2001 com os outros mártires da diocese de Valência; o segundo grupo espera o exame da "Positio".

Padre José Calasanz (1872-1936) nasceu em Azanuy. Em 1886, em Sarrià, viu Dom Bosco já cansado e sofredor. Fez-se Salesiano em 1890 e sacerdote cinco anos depois. Foi secretário do Padre Rinaldi e, em seguida, superior da Inspetoria do Peru-Bolívia. Retornando à Espanha foi feito Inspetor da Inspetoria Tarraconense (Barcelona – Valência). Homem de coração e grande trabalhador, preocupou-se desde o início com a salvação de seus irmãos. Foi capturado com outros salesianos enquanto presidia os Exercícios Espirituais em Valência. Foi morto durante a viagem por um tiro de fuzil na cabeça.

Sacerdotes

José Batalla Parramón (1873-1936). José Bonet Nadal (1875-1936). Jaime Bonet Nadal (1884-1936). Antonio María Martín Hernández (1885-1936). Sergio Cid Pazo (1886-1936). Juan Martorell Soria (1889-1936). Julio Junyer Padern (1892-1938). Recaredo de los Ríos Fabregat (1893-1936). Francisco Bandrés Sánchez (1896-1936). Julián Rodríguez Sánchez (1896-1936). José Otín Aquilué (1901-1938). José Castell Camps (1901-1936). José Giménez López (1904-1936). Alvaro Sanjuán Canet (1908-1936). José Caselles Moncho (1907-1936).

Coadjutores

José Rabasa Bentanachs (1862-1936). Angel Ramos Velázquez (1876-1936). Gil Rodicio Rodicio (1888-1936). Jaime Buch Canals (1889-1936). Augusto García Calvo (1905-1936). Eliseo García García (1907-1936). Jaime Ortiz Alzueta (1913-1936). Clérigos: Miguel Domingo Cendra (1909-1936). Félix Vivet Trabal (1911-1936). Pedro Mesonero Rodríguez (1912-1936). Felipe Hernández Martínez (1913-1936). Zacarías Abadía Buesa (1913-1936). Javier Bordas Piferrer (1914-1936).

Colaborador leigo

Alexandro Planas Saurí (1878-1936).

Filhas de Maria Auxiliadora

Maria Carmen Moreno Benítez (1885-1936), vigária inspetorial, foi diretora e confidente da Beata Irmã Eusébia Palomino, que lhe profetizou o martírio, e Maria Amparo Carbonell Muñoz (1893-1936).

Fonte: sdb.org

Estêvão Sándor

Nascimento: 26/10/1914

Beatificado: 19/10/2013

Celebração litúrgica: 08/06

Estêvão Sándor nasceu em Szolnok, Hungria, no dia 26 de outubro de 1914, de Estêvão e Maria Fekete, primeiro de três irmãos. O pai era funcionário nas Ferrovias do Estado. A mãe ao invés era dona-de-casa. Ambos passaram aos filhos uma religiosidade profunda. Estêvão estudou em sua cidade, obtendo o diploma de técnico metalúrgico. Desde menino era muito estimado pelos colegas: era de fato alegre, sério, cortês. Gostava de estar com os amigos da vizinhança: era para eles um líder como o foi João Bosco entre os jovens de Chieri. Ajudava os irmãozinhos a estudar e a rezar, sendo ele o primeiro a dar exemplo. Recebeu com fervor a Crisma, empenhando-se por imitar o seu Santo Patrono, Estêvão, e São Pedro.

Ajudava todos os dias à Santa Missa nos Padres Franciscanos, recebendo a Eucaristia. Lendo o ‘Boletim Salesiano’, conheceu Dom Bosco: sintonizou com ele e sentiu-se atraído pelo carisma salesiano. Tratou disso com seu diretor espiritual, manifestando-lhe o desejo de fazer-se salesiano. Falou disso também com os Pais, que lhe negaram a licença e tentaram por todos os modos dissuadi-lo desse intento. Mas Estêvão persistiu. E chegou a convencê-los: em 1936 foi aceito na Casa salesiana chamada ‘Clarisseum’, onde fez dois anos de aspirantado. Frequentou, na Gráfica Dom Bosco, os cursos de técnico-impressor. Iniciou o noviciado, que teve de interromper porque foi chamado às armas.

Em 1939 foi dispensado definitivamente do serviço militar e, terminado o ano de noviciado, fez a 1ª Profissão religiosa em 8 de setembro de 1940, como Salesiano Irmão. Destinado pela obediência ao ‘Clarisseum’, dedicou-se ativamente a ensinar nos cursos profissionais. Teve também o encargo de assistir no Oratório, o que fez com entusiasmo e competência. Promoveu a JOC – Juventude Operária Católica. O seu grupo foi reconhecido como o melhor do Movimento. Seguindo o exemplo de Dom Bosco, mostrou-se um educador modelo. Em 1942 foi chamado ao ‘front’, ganhando a Medalha de Prata ao valor militar. A trincheira foi para ele um oratório festivo, que animava salesianamente, alentando os seus colegas de leva.

Finda a Segunda Guerra mundial empenhou-se pela reconstrução material e moral da sociedade, dedicando-se especialmente aos jovens mais pobres, que reunia para ensinar-lhes um ofício. No dia 24 de julho de 1946 fez a Profissão Perpétua como Salesiano Irmão. Em 1948 obteve o título de Mestre de Impressão. No fim dos estudos os alunos de Estêvão eram assumidos pelas melhores gráficas da Capital e do Estado. 

O regime comunista iniciou as perseguições contra as escolas católicas, que tiveram de fechar. Estêvão foi colhido pelo decreto enquanto imprimia na Gráfica: teve de fugir e esconder-se nas casas salesianas, trabalhando sob falso nome numa tipografia pública.
Em julho de 1952 foi preso no mesmo local de trabalho e nunca mais foi visto pelos Coirmãos Salesianos.
A causa de martírio iniciou em Budapeste, Hungria, no dia 24 de maio de 2006, e o Decreto em 27 de março de 2013.

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Fonte: sdb.org